domingo, 8 de setembro de 2013

Resenha: O Cortiço

    

    E o livro da vez é O Cortiço. A obra está na lista do vestibular Fuvest e Unicamp, então eu tive que ler e agora vou resenhar ele pra vocês.
   De autoria de Aluísio de Azevedo, O Cortiço conta a história de um cortiço carioca. Se para por aí a sinopse que eu posso fazer do livro? Sim para. A obra pertence ao Naturalismo, ou seja, todas as pessoas são retratadas como bichos da selva, muitas vezes comparadas a eles de forma totalmente escancarada e até o fim do livro não existirá um só personagem que você goste ou respeite.

   Eu passei as duas piores semanas da minha vida lendo esse livro, sério, eu achei que tinha sofrido lendo Capitães da Areia, mas O Cortiço ganha disparado do primeiro. A maneira como tudo é retratado sabe? As pessoas transam pelos motivos mais banais, nos lugares mais inapropriados. Praticamente todo mundo é egoísta e nojento, e até mesmo aquele personagem que você bota fé que via se safar, vá lá e faz merda, quer dizer, o livro é ruim mesmo.

   O Cortiço conseguiu despertar em mim um sentimento bem pior que Capitães da Areia, porque com Jorge Amado, eu não gosto da escrita, mas acho que ele escreve bem e reconheço a importância social que a obra tem, mas com O Cortiço nem isso eu posso dizer, porque eu simplesmente não vejo serventia pra existência desse livro. Tudo bem, eu sei que ele faz parte do Naturalismo e tudo o mais, mas ainda assim não consigo sabe? Não me passa na garganta.

   Se isso fosse um Scoob o livro não ganharia nenhuma estrela, e sério, a todos vocês, só existem dois motivos para que você leia esse livro: Primeiro, se você for prestar USP e Unicamp, você terá de ler, pobre de você. Segundo, se você quer conhecer obras do Naturalismo. Se o seu caso não é nenhum desse dois, faça um favor a si mesmo e não leia.

   Eu não consigo nem falar dos personagens, mas vou tentar ta? Tem o João Romão (dono do cortiço), tem a Bertoleza (amante do João Romão), Rita Baiana, tem a Pombinha (essa eu gostava no começo porém me decepcionou), tem o Jerônimo (um português) e o Miranda (um português que mora no sobrado ao lado do cortiço). Obviamente existem mais personagens, mas esses são os que mais aparecem na história e os que eu me lembro de cor.

   A linguagem do livro é monótona, é preconceituosa, todo mundo é tratado como bicho que vieram no mundo só pra procriar, é um desrespeito total ao ser humano, à mulher, ao negro, enfim, a qualquer brasileiro em suma.

   Num aspecto geral, não recomendo. Pra você vestibulando, leia, boa sorte, estou rezando por você!

domingo, 1 de setembro de 2013

Resenha: Vidas Secas

   

E a resenha de hoje é Vidas Secas!  Vidas Secas é de autoria de Graciliano Ramos e é um dos livros que está na lista de leitura do vestibular Fuvest e Unicamp, motivo pelo qual eu li o livro. O livro conta a história de uma família de retirantes nordestinos e basicamente é bem isso mesmo. Não tem muito o que dizer sobre a sinopse do livro, porque, ele é exatamente isso a história de uma família de retirantes nordestinos que, que sofrem com a seca e têm uma cachorra chamada Baleia.

   Vidas Secas é um livro muito surpreendente, digo, pelo menos a mim ele surpreendeu bastante. A começar pela capa da edição que eu li (a que está na imagem ai de cima). A ilustração retrata a Baleia, a cachorra da família e, a arte já é legal porque mostra meio que um aspecto do livro, uma coisa bem irônica ao meu ver. Uma cachorra chamada Baleia que de baleia não tem nada, afinal ela é super magrela. Quanto a narração o livro também surpreendeu bastante. Por tratar da seca e tudo o mais, eu achei que a linguagem ia ser bem mais maçante e complicada, a julgar por outros livros que tratam de aspectos semelhantes, mas não é nada disso. A narrativa é bem simples e fácil de compreender. Tem um ou outro termo mais complicadinho, mas nada que uma boa olhada com atenção não resolva.

   Um aspecto importante da obra é a maneira como os personagens não só são retratados, como também a maneira que eles mesmo se veem. O Fabiano, o chefe da família, repete em várias partes do livro que ele é um bicho, e isso é uma coisa muito interessante. Ele não se vê como um ser humano, ele é só um nordestino fugindo da seca, vivendo pra servir o patrão, ele não tem estudo e ele nem precisa de leituras ou coisas do gênero. Isso é meio triste assim, mas é um retrato que meio que mexe com você, então é legal. Outra coisa muito importante é que a Baleia, a cachorra, é a mais humana do grupo. O modo como ela é retratada, as ações e sentimentos dela são todos muitos mas profundos do que o de qualquer membro da família.

   Não é um livro difícil, acho que é um dos mais fáceis da lista de leitura do vestibular, e mesmo você pensando que ele vai ser uma merda, ele não é uma merda, ele é legal, não é grande e vale a pena ler. Geralmente livro de vestibular é sempre um horror assim, poucos se salvam, e Vidas Secas está no meio daqueles que se salvam.

   A narrativa é parada e mortinha, mas não é muito cansativa, você consegue ler ela até que bem rapidamente, coisa que geralmente não rola com livros muito antigos, então só por causa disso ele já merece uma estrelinha bem brilhante. Pra quem gosta dessa temática de seca, nordeste e afins é uma ótima pedida e pra quem vai prestar vestibular, para logo de enrolar e lê que você vai se surpreender mesmo.

   Basicamente eu acho que é isso, não tem muito o que falar sobre ele, porque eu gostei, mas não é aquele livro que você fica: nossa que perfeito! Então, é bem isso mesmo. Pra confortar quem tem de ler, digamos que não dói ler ele, você nem sente e termina super rápido, então, vale mesmo a pena ler porque você via se surpreender também, sério.