E o livro da vez é O Cortiço. A obra está na lista do vestibular Fuvest e Unicamp, então eu tive que ler e agora vou resenhar ele pra vocês.
De autoria de Aluísio de Azevedo, O Cortiço conta a história de um cortiço carioca. Se para por aí a sinopse que eu posso fazer do livro? Sim para. A obra pertence ao Naturalismo, ou seja, todas as pessoas são retratadas como bichos da selva, muitas vezes comparadas a eles de forma totalmente escancarada e até o fim do livro não existirá um só personagem que você goste ou respeite.
Eu passei as duas piores semanas da minha vida lendo esse livro, sério, eu achei que tinha sofrido lendo Capitães da Areia, mas O Cortiço ganha disparado do primeiro. A maneira como tudo é retratado sabe? As pessoas transam pelos motivos mais banais, nos lugares mais inapropriados. Praticamente todo mundo é egoísta e nojento, e até mesmo aquele personagem que você bota fé que via se safar, vá lá e faz merda, quer dizer, o livro é ruim mesmo.
O Cortiço conseguiu despertar em mim um sentimento bem pior que Capitães da Areia, porque com Jorge Amado, eu não gosto da escrita, mas acho que ele escreve bem e reconheço a importância social que a obra tem, mas com O Cortiço nem isso eu posso dizer, porque eu simplesmente não vejo serventia pra existência desse livro. Tudo bem, eu sei que ele faz parte do Naturalismo e tudo o mais, mas ainda assim não consigo sabe? Não me passa na garganta.
Se isso fosse um Scoob o livro não ganharia nenhuma estrela, e sério, a todos vocês, só existem dois motivos para que você leia esse livro: Primeiro, se você for prestar USP e Unicamp, você terá de ler, pobre de você. Segundo, se você quer conhecer obras do Naturalismo. Se o seu caso não é nenhum desse dois, faça um favor a si mesmo e não leia.
Eu não consigo nem falar dos personagens, mas vou tentar ta? Tem o João Romão (dono do cortiço), tem a Bertoleza (amante do João Romão), Rita Baiana, tem a Pombinha (essa eu gostava no começo porém me decepcionou), tem o Jerônimo (um português) e o Miranda (um português que mora no sobrado ao lado do cortiço). Obviamente existem mais personagens, mas esses são os que mais aparecem na história e os que eu me lembro de cor.
A linguagem do livro é monótona, é preconceituosa, todo mundo é tratado como bicho que vieram no mundo só pra procriar, é um desrespeito total ao ser humano, à mulher, ao negro, enfim, a qualquer brasileiro em suma.
Num aspecto geral, não recomendo. Pra você vestibulando, leia, boa sorte, estou rezando por você!